Déficit de XXX mil vagas em TI: otimismo e realidade

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Essa notícia é recorrente e já vi várias vezes esse ano, tanto na Internet, quanto nos telejornais. A notícia é sempre refeita com números cada vez maiores. Tudo lindo, uma maravilha para os jovens que querem ingressar na área de TI, mas será que é isso tudo mesmo? Mostrarei para vocês minha opinião sobre o assunto em dois pontos de vista: o otimista e o realista.

Otimista

No mesmo artigo do Canaltech, consta uma informação da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) sobre a importância do setor de TI no país: o Brasil é o 10º maior mercado do mundo no setor. Na América Latina é o líder e responde por 40% do total. Isso mostra que cada vez mais os empreendedores enxergam novas oportunidades de negócios em TI e outros setores acordaram para a necessidade de incluir a TI nas estratégias para enfrentar a concorrência e os tempos difíceis de crise. Precisamos de mais profissionais, então as oportunidades de empregos bons é ampliada. Ponto positivo para quem investiu numa formação de qualidade, sendo graduação ou curso técnico na área de TI. Teoricamente, devido à demanda maior que a procura, os salários oferecidos para os profissionais de TI devem melhorar nos próximos anos.

Realista

Agora vamos colocar os pés no chão e esquecer aquela reportagem do Jornal Hoje dizendo que ganharei R$ 3 a 10 mil iniciais na carreira de analista ou engenheiro de sistemas. Recentemente li uma oferta de emprego para programador Web, um dos profissionais mais solicitados do mercado. A proposta salarial inicial é de R$ 1.200,00, 38h semanais (7,5h por dia). Até que achei legal, diferente de outras propostas que são 44h semanais com o mesmo salário. Essa é a realidade em Feira de Santana (BA). Há profissionais que ganham mais? Sim. Há profissionais que ganham menos? Também. Na prática, os salários não são iguais em todo o setor.

Conclusão

Reconheço a existência do déficit, não nego que há poucos profissionais qualificados (nível sênior) disponíveis no Brasil. Então por que cada vez mais o déficit aumenta? A resposta está na educação e no mercado. A grande evasão dos cursos na área de exatas aliada ao baixo investimento na educação básica. Dessa forma quem chega na graduação não tem base o suficiente para evitar reprovações, juntando as outras dificuldades da vida e falta de vocação, formam a fórmula perfeita para o abandono da graduação.